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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Somos cidadãos cósmicos

Um dos princípios básicos da Doutrina dos Espíritos é a pluralidade dos mundos habitados. Vamos conhecer um pouco mais sobre este postulado, a partir de trechos em que Allan Kardec (1804-1869) deu atenção à revelação dos Espíritos Superiores que sustentam que nós - moradores da Terra e pertencentes ao Sistema Solar - não estamos sozinhos como seres pensantes no Universo. Temos companhias no Cosmos de seres com evolução moral e intelectual semelhante  ao estágio dos encarnados terrícolas, bem como seres abaixo e  outros superiores, como é o caso do nobre Órion, de uma das Plêiades - citado pelo Espírito Manoel P. de Miranda, no livro "Transição Planetária", psicografado por Divaldo P . Franco.
É preciso refletirmos em torno das benéficas conseqüências nos trazem a compreensão desta pluralidade.  A separatividade é uma ilusão a que nos submetemos. Estamos todos interconectados pelo Fluido Cósmico, derivado do Fluido Universal. Somos cidadãos do Cosmos, momentaneamente, aprendendo nesta abençoada escola chamada Terra, ainda com tantas contradições, mas possuidora de beleza, nutrição e possibilidades infinitas de manifestação da Vida.

Assim consta no basilar "O Livro dos Espíritos" (1860, 2ª edição):

55 Todos os globos que circulam no espaço são habitados?
Sim, e o homem da Terra está longe de ser, como pensa, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição. Entretanto, há homens que se julgam superiores a tudo e imaginam que somente este pequeno globo tem o privilégio de ter seres racionais. Orgulho e vaidade! Acreditam que Deus criou o universo só para eles.
56 A constituição física dos diferentes globos é a mesma?
– Não. Não se assemelham em nada.
57 Como a constituição física dos mundos não é a mesma, podemos concluir que os seres que os habitam têm corpos e uma organização diferente?
– Sem dúvida, como entre vós os peixes são feitos para viver na água e os pássaros, no ar.
58 Os mundos mais afastados do Sol são privados da luz e do calor, já que o Sol apenas se mostra para eles com a aparência de uma estrela?
– Acreditais então que não há outras fontes de luz e de calor além do Sol, e não considerais o valor e a importância da eletricidade que, em alguns mundos, desempenha um papel que vos é desconhecido e muito mais importante do que na Terra? Aliás, já dissemos que os seres desses mundos não são nem da mesma matéria nem têm os órgãos dispostos como os vossos.

Na quinta obra básica - "A Gênese" (1868), no capítulo "Uranografia", psicografado por Camille Flammarion, (1842-1925) astrônomo francês e médium, muito citado por ter discursado, aos 27 anos, no sepultamento do corpo de Allan Kardec, o qual chamou de "o bom senso encarnado":

60. - Acostumados, como estamos, a julgar das coisas pela nossa insignificante e pobre habitação, imaginamos que a Natureza não pode ou não teve de agir sobre os outros mundos, senão segundo as regras que lhe conhecemos na Terra. Ora, precisamente neste ponto é que importa reformemos a nossa maneira de ver.
Lançai por um instante o olhar sobre uma região qualquer do vosso globo e sobre uma das produções da vossa natureza. Não reconhecereis aí o cunho de uma variedade infinita e a prova de uma atividade sem par? Não vedes na asa de um passarinho das Canárias, na pétala de um botão de rosa entreaberto a prestigiosa fecundidade dessa bela Natureza?
Apliquem-se aos seres que adejam nos ares os vossos estudos, desçam eles à violeta dos prados, mergulhem nas profundezas do oceano, em tudo e por toda a parte lereis esta verdade universal: A Natureza onipotente age conforme os lugares, os tempos e as circunstâncias; ela é una em sua harmonia geral, mas múltipla em suas produções; brinca com um Sol, como com uma gota dágua; povoa de seres vivos um mundo imenso com a mesma facilidade com que faz se abra o ovo posto pela borboleta.
61. - Ora, se é tal a variedade que a Natureza nos há podido evidenciar em todos os sítios deste pequeno mundo tão acanhado, tão limitado, quão mais ampliado não deveis considerar esse modo de ação, ponderando nas perspectivas dos mundos enormes! quão mais desenvolvida e pujante não a deveis reconhecer, operando nesses mundos maravilhosos que, muito mais do que a Terra, lhe atestam a inapreciável perfeição!
Não vejais, pois, em, torno de cada um dos sóis do espaço, apenas sistemas planetários semelhantes ao vosso sistema planetário; não vejais, nesses planetas desconhecidos, apenas os três remos que se estadeiam ao vosso derredor. Pensai, ao contrário, que, assim como nenhum rosto de homem se assemelha a outro rosto em todo o gênero humano, também uma portentosa diversidade, inimaginável, se acha espalhada pelas moradas eternas que vogam no seio dos espaços.
Do fato de que a vossa natureza animada começa no zoófito para terminar no homem, de que a atmosfera alimenta a vida terrestre, de que o elemento líquido a renova incessantemente, de que as vossas estações fazem se sucedam nessa vida os fenômenos que as distinguem, não concluais que os milhões e milhões de terras que rolam pela amplidão sejam semelhantes à que habitais. Longe disso, aquelas diferem, de acordo com as diversas condições que lhes foram prescritas e de acordo com o papel que a cada uma coube no cenário do mundo. São pedrarias variegadas de um imenso mosaico, as diversificadas flores de admirável parque.

E no opúsculo "O Que É o Espiritismo" (1859), Kardec assim abordou a presença de existência de vida inteligente em outros planetas e sistemas:

Pluralidade dos mundos


105 - Os diferentes mundos que circulam no espaço são povoados de habitantes como a Terra?
Todos os Espíritos o afirmam, e a razão diz que deve ser assim. A Terra, não ocupando no Universo nenhuma classe especial, nem pela sua posição, nem pelo seu volume, nada poderia justificar o privilégio exclusivo de ser habitada. Por outro lado, Deus não pode ter criado esses bilhões de globos só para o prazer dos nossos olhos; tanto menos que o maior número escapa à nossa vista. (O Livro dos Espíritos, nº 55. - Revista Espírita, 1858, pág. 65: Pluralidade dos mundos, por Flammarion).

106 - Se os mundos são povoados, podem sê-lo de habitantes em tudo semelhantes aos da Terra? Em uma palavra, esses habitantes poderiam viver entre nós e nós entre eles?
A forma geral poderia ser mais ou menos a mesma, mas o organismo deve estar adaptado ao meio no qual deve viver, como os peixes estão feitos para viverem na água e os pássaros no ar. Se o meio é diferente, como tudo leva a crer, e como parecem demonstrá-lo as observações astronômicas, o organismo deve ser diferente; não é, pois, provável que, em seu estado normal, eles possam viver uns entre os outros com os mesmos corpos. É o que confirmam todos os Espíritos.

107 - Admitindo-se que esses mundos estejam povoados, eles estão, no aspecto intelectual e moral, na mesma posição da Terra?
Segundo o ensinamento dos Espíritos, os mundos estão em graus de adiantamento muito diferentes; alguns estão nas mesmas condições que a Terra; outros estão mais atrasados: os homens aí estão mais embrutecidos, mais materiais e mais inclinados ao mal. Há, ao contrário, os que são mais avançados moral, intelectual e fisicamente, onde o mal moral é desconhecido, onde as artes e as ciências alcançam um grau de perfeição que não podemos compreender, onde a organização física, menos material, não está sujeita nem aos sofrimentos, nem às doenças, nem às enfermidades; os homens aí vivem em paz, sem procurar se prejudicarem, isentos de desgostos, de inquietações, afeições e necessidades que os assediam sobre a Terra. Há, enfim, os mais avançados ainda, onde o envoltório corporal, quase fluídico, se aproxima cada vez mais da natureza dos anjos. Na série progressiva dos mundos, a Terra não está nem na primeira nem na última categoria, mas é ela um dos mais materiais e dos mais atrasados. (Revista Espírita, 1858, págs. 67, 108 e 223 - Idem, 1860, págs. 318 e 320 - A Moral Evangélica Segundo o Espiritismo, cap. III).

4 comentários:

  1. A primeira vez que fui ao grupo confesso que não me senti muito à vontade pois são muitas pessoas presentes, mas à medida que vou frequentando vou percebendo a harmonia entre todas e vou me sentindo cada vez mais parte de um todo. Parabens pelo trabalho de vcs.

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  2. Olá, Dê!
    Sabia que nunca tinha pensado nessa possível dificuldade inicial com tanta gente junta?!?!
    Fosse eu indo pela primeira vez a uma reunião como a nossa, acho que também teria dificuldades de adaptação ou talvez nem retornasse....srsrsrsr...(Nunca iria saber o que estaria perdendo...rsssr).

    Mas o legal de tudo é que sua persistência lhe permitiu ampliar sua percepção de harmonia e pertencimento. O trabalho é nosso - sua parcela é mui importante. Então, parabéns prá todos!
    Paz e Bem!

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  3. É verdade Jânio, era tanta gente tanta gente eu queria me esconder, mas no final da noite havia tantas pessoas respondendo meus questionamentos e dúvidas que, como agradecimento, foi natural esperar até o fim dos "curiosos passes numa sala silenciosa na penumbra" para ajudar com a arrumação das cadeiras. Fui embora quietinho, pelas sombras, sem chamar atenção... Um ano depois eu continuo ajeitando as cadeiras, estudando e iniciando o trabalho de auxiliar nos passes. Parabens pela União.

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  4. Essa foi boa!
    Não tive o prazer de lhe ver ontem, caro Rogério.
    Pelo narrado, vc usou com esmero a mão direita de tal forma que a esquerda não viu.
    rsrsr
    Abs,
    Paz e Bem!

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