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quinta-feira, 26 de março de 2009

Física Quântica + Filosofia = Prêmio

O físico e filósofo francês Bernard d’Espagnat venceu o Prêmio Templeton 2009, considerado o maior prêmio do mundo concedido a uma única pessoa, pelo seu trabalho ao afirmar a dimensão espiritual da vida.

A Fundação Templeton anunciou o prêmio de US$ 1,42 milhões na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em Paris, no dia 16.
Os organizadores do prêmio disseram que trabalho de d’Espagnat, 87 anos, com física quântica revelou uma realidade além da ciência que a espiritualidade e a arte podem ajudar a compreender.
John Templeton Jr., presidente da Fundação criada por seu pai, falecido no ano passado, disse, durante a cerimônia, que d’Espagnat “explorou o ilimitado, as aberturas que as novas descobertas científicas oferecem de puro conhecimento e de questões que chegam ao verdadeiro coração da nossa existência e da nossa humanidade”.
Entre os vencedores anteriores, estão o escritor russo Alexander Solzhenitsyn, o evangelista norte-americano Billy Graham e a irmã albanesa Madre Teresa.
D’Espagnat, um ex-físico sênior do laboratório de partículas físicas do Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), em Genebra, e professor em universidades francesas e norte-americanas, afirma em seu livro que a física quântica moderna mostra que as realidades últimas não podem ser descritas.
A física clássica desenvolvida por Isaac Newton acredita que pode descrever o mundo por meio de leis da natureza que ela conhece ou irá descobrir. Mas a física quântica mostra que as minúsculas partículas contestam essa lógica e podem agir de formas indeterminadas.
D’Espagnat afirma isso com relação a uma realidade além do alcance da ciência empírica. As intuições humanas na arte, na música e na espiritualidade podem nos levar mais perto dessa realidade última, mas ela é tão misteriosa que não podemos concebê-la ou mesmo imaginá-la.
“O mistério não é algo negativo que deva ser eliminado”, disse. “Pelo contrário, é um dos elementos constitutivos do ser”.

Sobre física e filosofia
Em uma entrevista, d’Espagnat afirmou à Reuters que cresceu como católico, mas não praticou nenhuma religião e se considera um espiritualista.
Algumas descobertas desconcertantes da física quântica o levaram a acreditar que toda a criação tem uma totalidade e uma inter-relação que muitos cientistas deixam de lado ao tentar dividir os problemas em suas partes componentes em vez de entendê-los em contextos mais amplos.
Um deles é o entrelaçamento, a forma em que duas partículas subatômicas permanecem unidas mesmo que se afastem para muito longe uma da outra, de forma que os experimentos com uma irão automaticamente afetar a outra, sem qualquer comunicação aparente entre elas.
Essa visão colide com o ponto de vista materialista largamente difundido entre os cientistas.
“Os materialistas consideram que somos explicados inteiramente pela combinação de pequenas coisas pouco interessantes como os átomos e os quarks”, disse d’Espagnat, cujo último livro em inglês – “On Physics and Philosophy” – foi publicado em 2006 [Em português, seu único livro publicado é "Olhares sobre a matéria" (Editora Instituto Piaget, 1994)].
“Eu acredito que nós, enfim, viemos de uma entidade superior à qual devemos reverência e respeito e à qual não deveríamos tentar nos aproximar tentando conceitualizá-la muito”, disse. “É mais uma questão de sentimento”.
Mesmo que não possam ser testadas, as intuições que as pessoas têm quando são movidas pela grande arte ou por crenças espirituais ajudam-nas a compreender um pouco mais das realidades últimas, disse d’Espagnat.
Quando ouvem uma boa música, as pessoas que gostam de música clássica têm a impressão de que chegam a alguma realidade dessa forma. Por que não?”, questionou.
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A reportagem é de Tom Heneghan, publicado pela agência Reuters, 16-03-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Notícia-Dica do companheiro Tom Trajano. O premiado Bernard é a simpatia na foto acima. Juntou ciência, com filosofia, música e espiritualidade. Prêmio mais que merecido.

2 comentários:

  1. Grande Jânio,
    Sempre acreditei, tal como diz o ilustre Bernard d’Espagnat, que Deus nos é mais acessível, em termos de compreensão, quando tentamos senti-lo, e não racionalizá-lo. Quando formos capazes, um dia, de acessarmos nossos mais puros sentimentos, teremos, então, descoberto as portas para a morada do Pai.

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  2. É por aí, Olavão.
    Quando estivermos nos dando conta de nossas sensações, emoções e sentimentos no corpo físico, com certeza, haveremos naturalmente de acessar o Deus em nós, o Pai que está no Céu de nossa Essência.
    Abração!!!

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