A psicóloga junguiana Leniza Castello Branco escreve a coluna “Psicologia Junguiana” no site Vya Estelar. Abaixo, compartilho um de seus textos tem muito a ver com nossa palestra de Quinta-feira 17, “A Mágica dos Espelhos”, com Eduardo Almeida.
Quem sempre culpa “o outro” por seus problemas não conhece a própria sombra
No texto anterior (clique aqui e leia), citei o conto de Machado de Assis O Espelho para explicar o conceito de persona (máscara) utilizado por Jung.
Outra figura que Jung utilizou para descrever a personalidade é a sombra.
A sombra é o que foi reprimido para formarmos um ego ideal. Ela é inconsciente, e como tudo que é inconsciente, é projetado no outro.
Ela representa nosso inconsciente pessoal. Aparece em sonhos e fantasias. Por exemplo, uma mulher muito passiva e dependente sempre se relaciona com homens violentos. Sua “sombra” deve ser violenta, deve esconder ou ocultar essa característica que ela projeta nos parceiros. Para ela, é ele quem é violento e não ela. Quem sempre culpa “o outro” por seus problemas não conhece a própria sombra.
Uma das funções da terapia é ajudar o paciente a ter contato com sua sombra, seu lado reprimido inconsciente, que não é só negativo. Pode também ser muito positivo e estar reprimido, desconhecido. Por exemplo, uma pessoa apagada pode conter um grande artista em sua sombra.
Em alguns casos é fácil perceber, a pessoa muito generosa, pode esconder um terrível egoísta, a mãe amorosa pode esconder uma bruxa cruel...
Durante a terapia, através dos sonhos, das fantasias podemos identificar aspectos da “sombra e da “persona”, e ajudar a trazê-los para o nível consciente.
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